sábado, 28 de agosto de 2010

Meninos armados

A pena destreinada do poeta paulistano
não consegue mais escrever sem plano.
O poeta olha à rua e não concretiza.

A pena do poeta paulistano sufoca o verso.
Ao ritmo dos garotos sujos do centro com suas facas à mostra,
O poeta olha à rua e se "depena".

Sofre o coração boêmio do poeta,
Falta-lhe a esperança no verbo.
O poeta fecha os olhos à rua.

Pena de pena a pena
Largada a mercê na vasta mesa.
Não há palavra escrita à revolução necessária.
O poeta retorna a olhar à rua sem saber o que lhe valha a pena.


Sheyla Coelho