domingo, 4 de dezembro de 2011

Auto de denúncia

Gente desesperada é uma merda. Faz tudo errado achando que tá melhorando tudo. Depois vê que não precisava de metade do espanto que causou e fica essa sensação de impotência. Como eu queria que os sentimentos não se somassem e virassem essa bola de neve que faz da gente um furacão de insensatez. É tô desabafando mesmo, não ouvi nenhuma banda legal, não estou sorrindo e nem fui para algum lugar legal. Não sou legal. Sou sei lá alguma coisa em que não dá para colocar adjetivos. Sou ontem, anteontem, quem sabe eu sou sou amanhã. Sou essa repetição humana de problemas similares.Não sou nada do que esteja fora, não sou vento nem poesia. Não sou coisas bonitas nem feias, droga não dá para não ser pedante mesmo, né? Ok sendo assim paro por aqui para me preservar de sei lá o que.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ser domingo

Ver a vida passar,
entender cada sentimento,
saber o que não fazer,
se despedir,
e ler as memórias de Nava.

Essa não sou eu.
Essa é uma outra,
Alguém que anda chegando...
aos poucos, pequena.
Calma?

Uma que não espera tanto,
Uma que chega, chega
e está sempre chegando.
Quando há fogo, despeito,
pressa!Ela apaga, some
e só depois volta.

ela sou eu no domingo,
ela é o meu domingo.




sexta-feira, 22 de abril de 2011

Quem dera

Quem dera
que esses revolucionários
revolucionassem.

Ai, se fossem novos
e não cópias falidas.

Quem? Quem?
Quem dirá, quem dera?

Somos todos semi-novos,
todos gastos.

Quem dera
que "os" pensadores
não pensassem,
tanto.

sábado, 9 de abril de 2011

Buraco

É de desespero o momento em que acordo à noite e nada me faz sentido. Frágil, fico perante a fumaça densa da loucura, o pensamento é rápido, se protege. O eu se precipita para fora da cama, fuça em todos os cantinhos para encontrar uma folha em branco. E em letras amadoras faz o que o primeiro poeta fez, faz e dúvida pela mesma razão que o primeiro poeta duvidou. O eu, o lírico, comunga com todos a desgraça universal do homem: de ser o único a saber e mesmo assim nada saber. Pensar à sério sobre isso é profundamente desesperador, por isso entendo a amargura primeira dos poetas. Porque nessa vida, é um pouco tarde o momento em que aprendemos a desfrutar.
Nada.
Sinto uma costura na incompreensão, meu coração assim como o do primeiro aedo fechou o buraco que com seu medo causou no mundo e usando uma liga forte de palavras, fé e comunicação, restabeleceu o comum acreditar descontraído. E nesse momento poesia e poeta dormem enquanto o meu eu, o não lirico, segue sua rotina.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

No vento


No vento,
bato minhas asas
de pássaro
fraco.
No vento,
que me tira
o calor,
adormeço.
Assim,
todas as fúrias
são levadas,
ao vento.
Nesse alento,
me esqueço.
Sou feliz,
pois o vento forte
arranca lágrimas.
Águas do meu mar
a transbordar de mim.
Não faço sentido.
Me faço sentido,
no vento.
No vento
sofro erosão,
envelheço.
No vento.
Sheyla