domingo, 5 de outubro de 2008

À Frida

Cessem com a lenda da conduta
pois foi por esta que entre braços e pernas alheias lhe perdi
foi-se toda honra de minhas coxas
onde já residiram tuas mãos que
hoje julgam insano o tímido cruzar dos meus braços
o não agudo dos meus lábios
e o sim perplexo dos meus olhos.

Duas oitavas acima
soa o inexorável órgão dentro de mim
perdido entre a vontade da alma e o medo do ego.

O medo ataca capa os sentidos
expõe os nossos músculos a movimentos involuntários,
e tudo pela vaga lembrança dos sábados histéricos,
entre as paredes da cidade de ruas vazias onde nunca lhe tive só lhe perdi.

Sheyla Coelho